Desc: Bas Choeur: Dirigido por Sarah Klingemann. Aqui está um filme lindamente elaborado, aparentemente simples como ABC. Não envolve histórias fantásticas, apenas um trabalho modesto - ouvimos as mentiras de Robert Schumann em casa ou no carro, comemos, lavamos, celebramos, choramos, etc. como um aceno à famosa escadaria de dupla hélice em Chambord, o magnífico castelo onde Jacques Demy filmou seu Peau d'Ane, e onde também foram filmadas muitas cenas deste filme. Em que devemos acreditar então? Primeiro, que não existe “nós”, que mulheres e homens partilham, assimetricamente, o canto e a escuta, a caça e a derrota. Este equilíbrio precário é aqui glorificado, mesmo que essa glória seja frágil. Doze homens, doze cantores preparam-se para um concerto, onde o seu coro se transformará num grupo de discretos enlutados, vestidos com camisas brancas adornadas com dragonas dignas de toureiros sem arena, de soldados sem batalha. Doze? Qual messias eles estão de luto, então? Ninguém aqui deve ceder, especialmente a diretora Sarah Klingemann, o compositor Nicolas Losson, a maravilhosa treinadora de canto Claire Coursault-Béguin, nem as brilhantes atrizes Astrid Adverbe e Flora Thomas. Talvez (no sentido mais amplo possível), talvez seja arte cinegênica, como naquelas cenas de caça com javalis e outras criaturas caídas no chão; talvez seja a “hora da alimentação” depois da caçada, como numa pintura que decora a sala onde acontece o concerto; ou talvez seja tudo uma questão de “masculinidade”, como diz uma atriz, outro nome para pai, da qual precisamos aprender a nos separar. (Jean-Pierre Rehm)